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  • Foto do escritorAna Lorena

Comunicação Não Verbal na Relação e na Prática Profissional




Depois da observação do caso de Lucas (nome fictício) que contei no último Post (Meu Amigo Finlandês - Um Caso), fiquei ainda mais a pensar sobre a importância da comunicação não verbal na relação e também na nossa prática profissional.


Como psicomotricistas, nós somos ensinados a valorizar e a tornarmo-nos bons leitores do não verbal. Mas temos mesmo tratado com a importância que merece este aspeto em nossas aulas ou sessões? E ouso ainda dizer que a importância deste aspeto vai além da psicomotricidade, mas todos nós que trabalhamos com o outro, criar a relação será essencial para os nossos resultados. E ao criar uma relação, a atenção para a comunicação não verbal será indispensável!


Para começar, você sabia que os componentes não verbais estão muito mais presentes na comunicação com o outro do que os componentes verbais?


Alguns estudos apontam para mais de 65% de componentes não verbais! Outro ainda diz que mais de 75% da nossa comunicação é não verbal! (Palestra do Prof. António Ricardo Mira)

Isso é muito não é?! E ao pensar novamente na relação criada entre Lucas e Fábio do post anterior, percebemos como foi possível os dois criarem uma relação mesmo sem poderem utilizar a comunicação verbal! O sorriso, as expressões do rosto, o toque, os sinais com as mãos e os braços, as movimentações do corpo (mesmo para trazer o outro para um espaço diferente no ambiente), tudo isso foi o que eles dois utilizaram para se comunicar, para possibilitar o brincar. Do contrário, se dependêssemos essencialmente da linguagem verbal para comunicar qualquer coisa, seria impossível para Lucas pertencer aquele grupo.


Para além do reconhecimento dos sinais não verbais, dois apetos muito importantes dentro da comunicação não verbal que eu gostaria de destacar neste post são: o rapport e o espelhamento.


  • Rapport é o “processo pelo qual se estabelece e se mantém uma relação de confiança mútua e compreensão entre duas ou mais pessoas” (Prof António Ricardo Mira). É uma relação ou sintonia que possibilita a comunicação.


  • Espelhamento é utilizado para servir o Rapport. E uma espécia de mimitismo ao comportamento do outro (Prof. António Ricardo Mira). Ele pode ser feito de várias formas. Um exemplo é quando uma pessoa ao falar coça a cabeça a outra pessoa repete a mesma ação de coçar a cabeça. Ou em movimentos ou posições (como por exemplo uma pessoa se coloca sentada na mesma posição que outra pessoa enquanto as duas conversam). E até mesmo na roupa é possível espelhar (ao utilizar a mesma cor de roupa do outro, por exemplo).


Em uma palestra do Prof. António Ricardo Mira, são apontados alguns fatores conquistados através do espelhamento:


  • Fazer o outro experimentar uma sensação de segurança. E em qualquer tipo de interação, seja ela educativa, preventiva ou terapêutica, é importante que o outro sinta que está seguro;

  • Fazer com que o outro se sinta reconhecido. Isto é importante pois precisamos deste reconhecimento para poder nos entregar;

  • Mostrar interesse pelo outro;

  • Mostrar que me transfiro do meu mundo para o mundo do outro;

  • Mostrar receptividade ao outro;

  • Aprender mais sobre o outro e sobre nós próprios;

  • Ajudar a realizar os nossos objetivos e metas;


Todos estes fatores irão contribuir para alcançarmos a relação (comunicação), o que tornará possível alcançarmos nossos objetivos e metas.


Você consegue pensar de que forma tudo isso contribui para a sua prática?

No contexto educacional, por exemplo, como a comunicação não verbal poderia ser importante para nós? A leitura do não verbal, até mesmo pelo tônus, poderia nos ajudar a trabalhar a questão das emoções nas crianças. Enquanto experimentam o novo, uma textura, actividades nas quais tenham dificuldade, histórias ou momentos que possam despertar o medo, a angústia da separação na fase de adaptação, momentos que deixem a criança ansiosa, a raiva apresentada no meio de brincadeira… Tudo isso são situações das quais as crianças podem passar em ambiente escolar. E se conseguirmos estar atentos os sentimentos que elas transmitem, nós poderemos trabalhar com elas para reconhecerem e lidarem com estes sentimentos. Mas para isto, precisamos saber “ler” o que elas transmitem! Não podemos esperar que elas nos falem o que estão sentindo, pois nesta fase elas não seriam capazes de o fazer e também porque a comunicação não verbal é mais fiel sobre o que elas realmente sentem do que o que elas verbalizam. Além disto, quando utilizo do espelhamento e busco alcançar o rapport mesmo em contexto educacional, mais facilmente a criança se sentirá segura e estará disponível para aprender e para se desenvolver, facilitando o profissional alcançar suas metas e objetivos!


A comunicação não verbal é um tema muito amplo, impossível falarmos sobre tudo em apenas um post! Mas acredito que se nós pensarmos um pouco em como podemos utilizar e aplicar isto na nossa prática, seremos mais eficazes em alcançarmos os nossos objetivos!



Por isso, te desafio a pensar em como você pode usar da comunicação não verbal no local onde você trabalha! E me conta o que achou! Vou amar saber!



Obs: As informações tiradas da palestra do Prof. António Ricardo Mira podem ser acessadas através de https://www.youtube.com/watch?v=bXn5brHhUWI



Obrigada por ler este post! Espero que tenha gostado e tenha sido útil de alguma forma!

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Pode também entrar em contacto através do email psicooque@gmail.com

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