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  • Foto do escritorAna Lorena

Minha Experiência!


E a experiência que vamos mostrar hoje vem cheia de amor pela psicomotricidade!

Mostra-nos que a psicomotricidade é, também, uma forma como podemos ajudar pessoas!

Marta Fonseca é criadora do instagram @palavradepsicomotricista e nos inspira todas as semanas com frases que falam da psicomotricidade, do outro, de nós, da relação!

E fiquem atentos porque o Palavra de Psicomotricista tem novidades chegando (Fiquem ligados no instagram deles!)

Então vamos conhecer mais um pouquinho dessa experiência!

Entrevista de hoje!

Nome: Marta Alexandra Caeiro da Fonseca

Formação: Licenciada em Reabilitação Psicomotora e Mestranda em Psicomotricidade Relacional na Universidade de Évora, Portugal.

- Como conheceste a Psicomotricidade?

Marta: A Psicomotricidade entrou na minha vida nos últimos dois anos de escolaridade obrigatória (11º e 12º ano), e o interesse pela área foi crescendo até que decidi que esse era o meu caminho, até lá eu só sabia que queria ajudar os outros de alguma forma e hoje sei que a Psicomotricidade foi e continua a ser o melhor caminho.

- Por que escolher a Psicomotricidade como formação?

Marta: Primeiro pelo interesse que já mencionei, o de ajudar os outros e depois porque queria faze-lo com conhecimento, não apenas por fazer, então procurei quais as faculdades e universidades que tinham a licenciatura de reabilitação, vi o respetivo plano de estudos e fiz a candidatura para o local que mais se enquadrava com a área da saúde e comecei a viagem que ainda hoje não terminou e certamente vai continuar durante muitos anos.

- Já trabalhaste ou está a trabalhar na área? Como era / é a sua prática?

Marta: Ainda não estou a trabalhar devido ao trabalho a que me propus realizar na fase final do mestrado, a dissertação, mas já realizei um estágio curricular (no ultimo ano da licenciatura) durante 9 meses.

O estágio decorreu no Instituto de Terapias Expressivas (ITE) em Lisboa, em cooperação com uma colega e com o acompanhamento do Dr. João Costa (ITE) e do Prof. Dr. Jorge Fernandes (Universidade de Évora).

A prática do local era a imposta pelo Psicomotricista e Diretor Clinico, o Dr. João e esta era sobretudo de caris terapêutico em sessões bissemanais de 45 minutos, na maioria dos casos com acompanhamento individual e outros em grupo (máximo de 2 crianças, em processo de alta clínica). A população acompanhada foram crianças e adolescentes (2-16 anos) com perturbações do comportamento, do espectro do autismo, da linguagem, coordenação motora e atrasos e desvios no desenvolvimento na grande maioria.

Na prática, começámos por ganhar o nosso espaço na sessão, por trabalhar uma base relacional e uma aliança terapêutica muito segura com cada criança e simultaneamente era realizado um trabalho que ia de encontro à espontaneidade e intenção da criança, mas também aos objetivos definidos pelo Psicomotricista. Foi um trabalho muito corporal, de desafio, de reforço positivo, de jogo espontâneo, dando liberdade, confiança, mas também limites, regras e indo sobretudo de encontro ao que aquela criança precisava na fase do desenvolvimento em que se encontrava, respeitando a sua individualidade e o seu tempo e espaço na sessão.

Foram 9 meses de aprendizagem constante na consolidação de tudo aquilo que demos na teoria e valeu a pena todo tempo que passámos por lá, foi sem dúvida um espaço que me deu a palavra de Psicomotricista.

- O que gostas mais no seu trabalho como psicomotricista?

Marta: O que mais gosto neste trabalho é o facto de poder dar. Dar, ser, estar e fazer. Saber dar, poder ser, por vezes só estar lá e quase sempre fazer alguma coisa. A quem e por quem? Ao outro e pelo outro. É desafiante poder entrar na vida de uma pessoa que te aceite numa relação terapêutica e dar-lhe ainda mais qualidade de vida, mais confiança, dar-lhes oportunidades que só existem naquele espaço terapêutico com os materiais que lá se encontram, porque noutros contextos não podem ser aquilo que são, são condicionadas à normalidade, à regra e não podem ser aceites por aquilo que são.

Maior que este desafio, que se passa em cada sessão, é o de acompanhar cada criança nos contextos em que ela se insere e mudar aquela realidade para melhor, sobretudo em jardins de infância/escola/creches e na família, dando estratégias, pedindo um pouco mais de tempo, favorecendo aquela criança ou adolescente quando já quase ninguém acredita no seu sucesso.

Motivos não me faltariam para descrever o quanto gosto do meu trabalho, falaria um dia inteiro sobre as mais ínfimas coisas que me fazem continuar este caminho todos os dias, dando a mão a cada criança, adolescente, adulto ou idoso e desbravando o seu mundo, tornando a incapacidade em capacidade, o impossível em possível, quando somos psicomotricistas os prefixos das palavras desaparecem, não se dão certezas mas existem infinitas possibilidades.

- Qual a característica acreditas que não pode faltar em um psicomotricista?

Marta: Tenho uma lista, mas penso que a mais importante de todas é conhecer-se a si próprio, saber o que pode ser, saber até onde pode ir, até quando pode fazer e onde deve estar. Acho fundamental em todos os sentidos que um profissional que trabalhe com pessoas tenha de no mínimo, conhecer-se a si próprio.

Se soubermos quem somos, vamos saber também ter consciência das nossas ações e palavras junto dos outros, se soubermos até onde podemos ir respeitamos o espaço do outro, se soubermos até quando podemos fazer alguma coisa vamos aceitar melhor aquilo que fizemos, e por fim se soubermos onde devemos estar estamos quase sempre mais próximos do outro.

Poderia ter dito apenas a humanização, mas conhecer-nos a nós mesmos permite isso, sem desvalorizar todas as outras características que fazem falta, vamos ter que nos lembrar muitas vezes que somos Psicomotricistas (humanos) não somos seres mágicos com super poderes, por mais que uma criança te diga que os tens, na brincadeira toda. Há coisas que simplesmente não vamos nunca poder fazer ou mudar e é preciso aceitar isso, é preciso conhecer-nos e saber como vamos aceitar isso.

- Conte alguma história marcante em alguma das suas intervenções!

Marta: Poderia referir 1000 histórias de todas crianças que acompanhei, porque todas elas deixaram a sua marca, alguma coisa que por vezes me lembra delas e com as quais aprendi muito profissionalmente e pessoalmente. Mas dada a confiança que deixei na relação terapêutica que tive com cada uma das crianças, naquele espaço que foi sobretudo delas, não poderei quebrar isso, portanto não vou poder contar nenhuma história porque neste preciso caso de intervenção terapeutica, aquilo que se passa nas sessões só sai de lá pela criança o sigilo deve ser respeitado pelo Psicomotricista. Da minha parte, posso apenas referir que tive muito prazer em fazer parte das suas histórias naquele momento, todas elas me divertiram imenso, ganhei sustos, estatutos, poderes e deixei muitas vezes o cansaço à porta para ser aquilo que elas queriam que eu fosse, ganhei muita coisa que um Psicomotricista ou qualquer outra pessoa não pode comprar e o mais marcante é isso, ter momentos e fazer parte de outras histórias que nem sempre vamos poder contar.

Muito Obrigada pela experiência. 😉

Estamos sempre prontos para ouvir suas sugestões através do nosso contato psicooque@gmail.com!

Contem-nos sua história! Queremos conhecer um pouquinho mais de vocês também!

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