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  • Foto do escritorAna Lorena

Competências Sócio-Emocionais! Podemos trabalhar isto?


No nosso último post (Neurônios espelho, empatia e Intersubjetividade! O que é isso??? ) explicamos o que são os neurônios espelho, empatia e intersubjetividade e qual a relação entre eles.

Hoje vamos falar sobre algumas estratégias para trabalhar as competências sócio emocionais em crianças.

Mas... É possível trabalhar estas funções sociais com as crianças?

Segundo Goleman (2006), as competências sociais podem sim ser aprendidas e aperfeiçoadas pelas crianças. Entretanto, precisamos nos dar ao trabalho de ensinar à elas.

Goleman (2006) é um dos autores que falam sobre as competências sócio emocionais, chando-as de inteligência emocional. Para o autor, a inteligência emocional é importante até mesmo para o funcionamento do intelecto. Ou seja, a inteligência emocional está também ligada à uma boa capacidade para a aprendizagem e para o trabalho profissional.

São essas competências que tornam uma pessoa capaz de se motivar a si mesma, a persistir a despeito das frustrações, controlar seus impulsos, adiar recompensas, impedir que o desânimo domine sua capacidade de pensar, e de sentir empatia, por exemplo (Goleman, 2006).

O autor acredita que é a partir da inteligência emocional que nos tornamos capazes de perceber a forma melhor ou pior de utilizar nossas outras capacidades, como as capacidades intelectuais. Desta forma, acredita que estas competências deveriam ser mais valorizadas e trabalhadas também no ambiente escolar.

Um estudo realizado em 2014, por Bjorklund et al., realizou uma intervenção a longo prazo em uma escola a fim de estabelecer um protocolo de um programa de intervenção para promover as competencias sócio-emocionais em crianças em idade escolar.

A intervenção consistia na introdução de novos métodos em sala de aula, com os funcionários, objetivando modificações no ambiente escolar, e na relação de professores e pais. A intervenção não é referente à atividades específicas, mas a introdução de algumas estratégias na metodologia da escola a fim de trabalhar estas capacidades nas crianças.

Na sala de aula o método introduzido consistia em:

  • um momento de círculo, com o objetivo de relembrar a dinâmica do grupo, fazer o professor conhecer melhor os alunos e ajudar os alunos a conhecerem uns aos outros, reforçando a interação entre as crianças;

  • lições para as crianças realizarem sozinhas, com o objetivo de resolverem possíveis problemas por si mesmos;

  • lições para fazer em conjunto, com o objetivo de praticarem o respeito uns aos outros, praticar a escuta empática, experienciar o trabalho e a aprendizagem em conjunto;

  • discussão individual entre o professor e a criança, com o objetivo do professor escutar a criança se expresser sobre os seus pensamentos sobre a escola, criando uma relação de confiança entre aluno e professor.

Além disso, também foram incluídos alguns métodos que possibilitavam encontros entre os profissionais da escola e também encontros dos pais com os professores (individuais e em grupo). Todos estes foram criados com o fim de promover a interação entre os funcionários e um bom convívio entre eles, permitindo que expressem suas opiniões, seus pensamentos, valorizações e alvos. Da mesma forma os encontros com os pais tinham o objetivo de fornecer um espaço aonde professores pudessem escutar os pais, falar sobre seus pensamentos e transmitir informações sobre as crianças, beneficiando a relação entre professores e pais.

O estudo de Bjorklund et al (2014) é apenas um exemplo de como podem ser incluídas algumas estratégias, as vezes tão simples, mas que auxiliam a criança na sua capacidade de escutar o outro, compreender o outro, conhecer mais a si mesma e lidar com suas dificuldades e frustrações. Essas estratégias podem ser utilizadas não apenas dentro da sala de aula, mas em outros tipos de intervenção e mesmo em casa!

Referências:

Bjorklund, K. et al (2014). “Together at school” – a school-based interventionprogram to promote socio-emotional skills and mental health in children: study protocolfor a cluster randomized controled trial. BMC Public Health, 14.

Goleman, D. (2006). Inteligência emocional. (3ª ed.). Lisboa: Sábado.

No próximo post falaremos um pouco sobre a relação neurônios espelho e autismo! E também sobre algumas estratégias de intervenção com estas crianças!

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