Em nosso post da semana passada conhecemos o "Projeto Brincante", um projeto que atua com crianças do setor de onco-hematologia do Hospital Pediátrico da Universidade Federal do Rio de Janeiro!
Utilizando o brincar com o fim de aliviar a dor psÃquica das crianças, ajudando-as a lidar melhor com a situação em que vivem, o projeto tem feito um relevante trabalho tanto para as crianças e suas famÃlias, como para todos aqueles que trabalham no projeto.
Como no trabalho realizado na sala de espera são utilizadas 4 diferentes "oficinas", os voluntários que trabalham com as crianças são chamados "oficineiros"!
São muitas experiências vividas pelos oficineiros. São muitas as histórias pra contar! É grande a diferença que as crianças fazem na vida de cada um e é única a vivência que ensina tanto sobre a importância do brincar para a criança!
Por isso fizemos uma entrevista com uma oficineira do projeto a fim de conhecer um pouco de sua experiência!
Entrevista Oficineiro Projeto Brincante
Nome: Gilvania Balbino, Formada em Educação FÃsica - Universidade Federal do Rio de Janeiro (Brasil)
- Há quanto tempo você participa do Projeto?
Gilvania: Entrei em meados de 2011, ou seja, há mais ou menos 6 anos
- Quando foi seu primeiro contato com a Psicomotricidade? Você já conhecia a área antes do Projeto?
Gilvania: O primeiro contato foi nas aulas de psicomotricidade, a disciplina fazia parte da grade curricular do curso de licenciatura em educaçao fisica da UFRJ. Mas só pude aprofundar o conhecimento sobre a psisomotricidade após a entrada no projeto.
- Durante seu trabalho com as crianças do hospital, você sente que o que faz é importante para elas?
Gilvania: Sim, pois a mudança de humor, tônus, postura, etc, que acontecem durante a interação, mostram que momentos como aquele são de suma importância. Nossos estudos mostraram que o nosso trabalho ajuda no processo de aceitação do tratamento.
- De que forma você percebe que o trabalho do projeto Brincante ajuda no tratamento da criança hospitalizada? Qual impacto este trabalho tem tido tanto no tratamento como na vida das crianças?
Gilvania: A doença e o tratamento são muito agressivos, a criança é invadida a todo tempo. Por isso, ao brincar ela se torna o sujeto da ação, expressa suas angustias, aliviando o desconforto que a internação causa.
Sendo assim, as crianças passam a lidar melhor com o tratamento, já que há um momento que podem agir e existir.
- Há alguma brincadeira que costuma se repetir durante as intervenções dos oficineiros com as crianças?
Gilvania: A brincadeira que as crianças se tornam médicos e reproduzem os procedimentos a que são submetidos.
- Conte-nos uma história ou experiência marcante durante o seu tempo no projeto!
Gilvania: Dentre muitas interações, teve uma que mais me marcou. Uma criança me chamou para brincar de mãe e filha, eu era a mãe e ela a filha. Mas no meio da brincadeira ela teve que ir para um procedimento e pediu que eu a acompanhace, não quis que sua mãe fosse. Naquele momento vi o quanto aquela brincadeira tinha sido profunda pra ela, pois solicitou minha presença num momento tão delicado e Ãntimo. Permaneci durante todo o procedimento, e quando ela acordou me chamou de mãe, querendo retormar a brincadeira, mesmo tendo ficado um tempo anestesiada.
- O que é mais gratificante no seu trabalho no Projeto Brincante?
Gilvania: Saber que ao brincarem no projeto brincante, as crianças lidam melhor com uma doença tão agressiva, pois brincando elas transformam o desprazer em prazer.
Na próxima semana finalizaremos o assunto falando um pouco mais sobre a intervenção psicomotora com crianças em tratamento oncológico e apresentando algumas pesquisas já realizadas sobre o assunto!
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