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  • Foto do escritorAna Lorena

As Contribuições da Intervenção Psicomotora para Crianças em Tratamento Oncológico


Após algumas semanas falando sobre a psicomotricidade e o brincar no tratamento oncológico, já podemos perceber que estes têm também grande importância para a recuperação destas crianças!

Mas existem pesquisas que comprovem mudanças nas crianças hospitalizadas a partir deste tipo de intervenção?

Da mesma forma que é necessário um aumento na utilização deste tipo de intervenção em hospitais, é também necessário uma maior quantidade de pesquisas sobre o assunto.

Porém, vamos destacar alguns resultados publicados que foram encontrados a partir de intervenções que utilizam o brincar com crianças em tratamento quimioterápico.

Através de intervenções utilizando o lúdico ou a brincadeira, algumas mudanças no comportamento das crianças foram observadas, estas relacionadas à passividade, agressividade, ansiedade, perturbações do sono e irritabilidade. Todos estes comportamentos diminuiram enquanto apareceram nas crianças a espontaneidade e a satisfação. Além disso, foi comprovada a capacidade deste tipo de intervenção em proporcionar alegria para as crianças! (Borges, Nascimento & Silva, 2008; Araújo & Guimarães, 2009).

Outros benefícios que também apareceram foram:

- ajudar no desenvolvimento infantil,

- ajudar na criatividade,

- aumentar o interesse por brincar,

- ajudar que a criança se sinta melhor,

- diminuir a depressão,

- gerar sentimento de alívio e bem estar físico, psicológico e social,

- Interrupção do choro,

- diminuição das reações ao medicamento

- ausência de dor durante as sessões de quimioterapia

(Borges, Nascimento & Silva, 2008; Araújo & Guimarães, 2009).

A Intervenção Psicomotora com crianças em tratamento quimioterápico

A criança em tratamento quimioterápico muitas vezes necessitam de alguns fatores que podem ser trabalhados na intervenção psicomotora!

O trabalho da autonomia e da autoconfiança é importante para estas crianças, tendo em conta que no período do tratamento, muitas das crianças se tornam mais dependentes do cuidador e demonstram tristeza. Resgatar a autoconfiança das crianças através do reforço de suas capacidades por meio do brincar ajuda a recuperar sua autonomia mesmo diante do período em que vive e poderá também contribuir para uma menor agressividade diante do tratamento.

Outro aspecto que é muitas vezes importante trabalhar é a autoestima das crianças. Devido às modificações físicas e a diminuição de algumas capacidades ou atividades destas crianças, acabam por demonstrar uma diminuição na autoestima. O momento em que o brincar e as capacidades de expressão da criança são resgatados, pode servir como forma de fortalecer a autoestima nestas, de forma a fazer serem observadas e valorizadas as suas capacidades acima das suas limitações. Isto é importante não apenas para a criança mas também pode mudar o olhar dos adultos que estão a sua volta, fazendo com que se valorize o que ela pode fazer!

As modificações físicas, e mesmo psicológicas, ocorridas durante o tratamento, podem levar não apenas a uma diminuição da autoestima, mas também à distorções da experiência corporal, ou da imagem corporal. Por isso é necessário um trabalho sobre a imagem corporal com estas crianças, sendo o psicomotricista um profissional essencial para esta função!

Além disso, como foi visto nos posts sobre o Projeto Brincante ("Projeto Brincante!" e "Projeto Brincante - A vivência de um Oficineiro") o brincar espontâneo possibilita que a criança se torne sujeito da ação, transformando muitas vezes o desprazer de toda a experiência vivida no tratamento, em prazer através da brincadeira. Isso ajuda a criança a lidar melhor com o período em que vive aliviando a sua dor psíquica.

Chegamos então a conclusão de que a intervenção psicomotora pode trazer contribuições que ajudem nas capacidades psicomotoras, socioafetivas e psíquicas da criança hospitalizada. Esta pode gerar efeitos sobre o seu corpo (diminuindo a dor e permitindo a descoberta das capacidades que este corpo ainda tem!), sobre o psíquico (melhorando a autoestima e diminuindo o sofrimento e a angústia), e sobre suas relações (ajudando a criança a lidar melhor com a situação vivida, e despertando o olhar dos familiares para as suas capacidades acima de suas limitações).

Lembramos que, apesar da estratégia abordada nesta série de posts ter sido sobretudo o brincar, a psicomotricidade utiliza outras ferramentas ou mediadores que também podem ser usados em intervenções no ambiente hospitalar, como por exemplo as terapias expressivas e a relaxação.

Referências:

Araújo, T.C.; & Guimarães, T.B. (2009). Interações entre voluntários e usuários em onco-hematologia pediátrica: um estudo sobre os “palhaços-doutores”. Estudos e Pesquisas em Psicologia, 3, 632-647.

Borges, E.P.; Nascimento, M.D.; & Silva, S.M. (2008). Benefícios das atividades lúdicas na recuperação de crianças com câncer. Boletim Academia Paulista de Psicologia, 2(8), 211-221

Tem alguma dúvida ou sugestão? Quer nos contar sua experiência?

Entre em contato conosco pelo email psicooque@gmail.com! Estaremos prontos pra te ouvir!

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