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  • Foto do escritorAna Lorena

Projeto Brincante!


O Projeto Brincante, é um Projeto idealizado pela Professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Ruth Cohen, que se realiza no setor de hematologia do Hospital Pediátrico da UFRJ.

A quimioteca, um dos locais aonde o projeto intervém, é aonde as crianças recebem os procedimentos medicamentosos (quimioterapia) e acabam por ter seus movimentos limitados durante as 4 ou 6 horas em que isto procede. Além disso, o projeto estende-se à enfermaria do setor de Hematologia e à sala de espera do ambulatório, atingindo um universo diversificado de crianças.

A projeto é fundamentado no significado do brincar como uma das formas de tratamento da dor psíquica na criança. Na atitude dos voluntários que brincam com as crianças, é valorizada a escuta para esta, tendo em consideração a brincadeira como forma de enunciação, ou seja, acredita-se que a criança fala através de seu brincar.

O trabalho dos oficineiros (nome dado aos voluntários que atuam com as crianças no projeto) não é simplesmente recreativo. Estes têm a função de facilitar o brincar utilizando-se da brincadeira espontânea da criança, com uma atitude de acolhimento e escuta à singularidade de cada criança.

Fizemos uma entrevista com a Coordenadora do Projeto para conhecer um pouco mais do trabalho que é feito com as crianças e da importância que tem não apenas durante o tratamento, mas na vida das crianças!

Entrevista com a Coordenadora geral do Projeto Brincante

Nome: Ruth Helena P. Cohen, doutora e mestre em Psicologia (UFRJ), pós graduada em psicomotricidade (IBMR), graduada em Psicologia (UFRJ).

- Pode falar um pouquinho sobre como funciona e o objetivo do Projeto Brincante?

Ruth Cohen: Sabendo-se que o tratamento quimioterápico não é paliativo para as doenças onco-hematológicas e que as crianças precisam ser inseridas na vida cotidiana, com os menores índices de sequelas emocionais possíveis, o projeto busca identificar no brincar um tratamento possível para a dor psíquica de crianças inseridas nesse contexto.

- Por que foi escolhida a Psicomotricidade e o brincar para o trabalho com as crianças do “IPPMG”?

Ruth Cohen: Porque o brincar espontâneo da criança constitui-se numa estratégia a ser utilizada no ambiente hospitalar para minimizar a ansiedade, o medo e a angústia que permeiam este local.

- Há alguma brincadeira mais frequente que ocorre com as crianças hospitalizadas?

Ruth Cohen: Sim, aquelas que transformam o malestar em prazer: dar injeções, fazer pulsões lombares etc, ou seja, aplicar todos os procedimentos a que estão submetidos, nos oficineiros, através do lúdico.

- Normalmente, qual a maior necessidade da criança hospitalizada?

Ruth Cohen: Poder brincar, mesmo quando está presa ao leito ou à cadeira de quimioterapia.Para isso usamos os brinquedos brincantes da designer Aline Cohen (www.risckbrink.com.br).

- Qual tem sido o maior impacto do Projeto na vida das crianças? É possível perceber uma ajuda no tratamento ou na recuperação das crianças?

Ruth Cohen: Sim, fazemos avaliações e questionários com os pais e equipe médica. Fica clara a mudança operada pelo Brincante, na vida das crianças e no ambiente hospitalar. Em 2016 recebemos uma homenagem das mães com camisas feitas por elas, agradecendo nosso trabalho.

- A partir da sua experiência, o trabalho através da psicomotricidade com crianças em tratamento oncológico é eficaz?

Ruth Cohen: Sim, pois é uma psicomotricidade, sustentada pela psicanálise freudiana, acredita na eficacia da simbolização. Transformamos a dor psíquica em prazer pelo brincar.

- Houve alguma história ou alguma experiência muito marcante desde o início do Projeto até hoje? Poderia nos contar um pouco?

Ruth Cohen: Existem muitas. Uma delas foi a surpresa que as mães fizeram, na sala de espera: um lindo discurso, que nos emocionou muito e a camisa que diz “sorrir é o melhor remédio”. Colocaram a foto de toda nossa equipe agradecendo.Outro epsódio foi o de uma criança que ao sair da internação pediu de aniversário a presença de um oficineiro brincante.

- O que é mais gratificante neste trabalho?

Ruth Cohen: O que as crianças nos ensinam: é sempre possível sonhar, mesmo nos momentos mais dificeis.

Nas próximas semanas contaremos um pouquinho sobre a experiência de trabalhar no Projeto Brincante através de uma entrevista feita com um dos participantes do projeto. Falaremos também um pouco mais sobre como a psicomotricidade pode contribuir no tratamento dessas crianças.

Acompanhe cada novidade através das redes sociais!

Instagram: @psicooque

Facebook: Psico o que?

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