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  • Foto do escritorAna Lorena

A Música e seus Efeitos Neurológicos


“Há aqueles que gostam de estudar ao seu som... Outros já a escolhem para os momentos mais descontraídos! Todavia, ela é querida no dia a dia da maioria!”

Hoje vamos entender um pouco dos efeitos que a música tem em nosso cérebro e, desta forma, em que casos ou patologias é indicada a sua utilização.

A música e seus efeitos neurológicos:

Um importante efeito da música no nosso cérebro foi descoberto no estudo de Vogt et al (2007, cit in Rocha & Boggio, 2013). Pode-se perceber uma interação autitivo-motora tanto no ouvir música quanto no praticar música.

O que isto significa?

Significa que enquanto a pessoa ouve uma música ou toca uma música tanto o córtex motor como o córtex auditivo são ativados. A diferença entre ouvir e tocar está apenas na intensidade da ativação destas áreas cerebrais.

Isto pode ser utilizado como uma grande estratégia para o trabalho com pacientes neurológicos degenerativos, pois através do trabalho com música se torna possível a ativação de circuitos automáticos de movimento, normalmente já não mais presentes nestes pacientes.

A música pode mostrar influência também sobre alguns processos cognitivos, como a atenção dividida e planejamento, e também sobre o controle de impulsos e execução de ações motoras (Sampaio, Loureiro & Gomes, 2015).

Pode-se sugerir, portanto, sua utilização em ambiente educacional, contribuindo na aquisição das aprendizagens, na concentração e no planejamento das ações.

Outro efeito é a sua influência no sistema neuroendócrino, que leva à diminuição da ativação simpática e suprarenal, podendo gerar benefícios aos pacientes com depressão (Gallego & Garcia, 2015).

Alguns autores sugerem ainda o uso da música no trabalho com pacientes com Alzheimer, devido à relação desta também com a memória, ou mesmo com pacientes idosos como forma de preservar a memória verbal (Koelsch, 2010, in Rocha & Boggio, 2013).

Mais uma população para a qual tem se indicado a intervenção com mediação da música são pessoas com Autismo. Os benefícios encontrados são diversos contribuindo na linguagem verbal e não verbal, na comunicação, nas emoções e na diminuição dos movimentos estereotipados (Franzoi, Santos, Backer e Ramos, 2016; Sampaio, Loureiro & Gomes, 2015; Rocha & Boggio, 2013). Sabendo-se que esta população pode apresentar uma hipersensibilidade ao som, é necessário que o profissional esteja atento à reação do paciente e tenha conhecimento sobre aspectos como altura tonal, intensidade e métrica.

O ambiente hospitalar também tem se beneficiado grandemente através do uso da música com o fim de aliviar a dor, estresse e ansiedade dos pacientes com diferentes doenças, patologias, ou expostos a tratamentos invasivos. A função ansiolítica da música pode ser explicada por mudanças cerebrais genéticas, bioquímicas, estruturais e funcionais que esta é capaz de realizar. Isto acaba por modificar variáveis fisiológicas como, por exemplo, a frequência cardíaca, frequência respiratória e pressão arterial (Rojas, 2011).

Referências:

Rocha, V.C., & Boggio, P.S. (2013). A música por uma óptica neurocientífica. Per Musi, 27, 132-140.

Sampaio, R.T, Loureiro, C.M., & Gomes, C.M. (2015). A musicoterapia e o transtorno do espectro do autismo: uma abordagem informada pelas neurociências para a prática clínica. Per Musi, 32, 137-170.

Gallego, M.G., & García, J.G. (2015). Musicoterapia en la enfermidad de Alzheimer: efectos cognitivos, psicológicos y conductuales. Neurologia, 1-9.

Franzoi, M.A., Santos, J.L., Backes, V.M., & Ramos, F.R. (2016). Intervenção musical como estratégia de cuidado de enfermagem a crianças com transtorno do espectro do autismo em um centro de atenção psicossocial. Texto Contexto Enferm, 25 (1), 1-8.

Rojas, J.M. (2011). Efecto ansiolítico de la musicoterapia: aspectos neurobiológicos y cognoscitivos del procesamiento musical. Revista Colombiana de Psiquiatria, 40(4), 748-759.

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